Dependência Química: uma doença familiar

O impacto que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é correspondente às reações que vão ocorrendo com o sujeito que as utiliza.


Devido ao contato direto do dependente químico com os demais, a família progressivamente passa por 4 estágios distintos:


No primeiro estágio, prepondera o mecanismo de negação. O indivíduo adoecido nega que o seja, e a família também não consegue reconhecer a gravidade da situação na qual se encontra.


No segundo estágio, a família está mais atenta e preocupada com essa questão, mas passa a tentar controlar o comportamento aditivo, assim como todo o resto (no campo do trabalho e convívio social), o que

se torna uma maneira falsa de tratar a doença. É relativamente comum que as mentiras e as cumplicidades apareçam nesta fase, num clima de segredo familiar, o que ajuda a manter a ilusão do controle.


No terceiro estágio, a desorganização da família passa a ser mais explícita, e os membros passam a servir de facilitadores, responsabilizando-se pelas escolhas do familiar dependente químico, bem como pelas consequências do uso de substâncias. 


O quarto e último estágio é caracterizado pelo desgaste emocional, culminando com o surgimento de quadros como depressão e ansiedade, e podendo levar ao ponto crítico do afastamento entre eles.


Vale lembrar que os conflitos são parte da condição humana e a forma de enfrentá-los pode servir para provocar mudanças positivas e muito necessárias. Na verdade, constituem uma grande oportunidade de maior intimidade e conexão emocional.


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