Atendimento Clínico

A Psiquiatria corresponde a uma especialidade da Medicina que se destina à prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais. Dentre as mais prevalentes desordens mentais, podemos citar a Depressão, a Síndrome do Pânico, o Transtorno de Humor Bipolar, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e os Transtornos de Ansiedade. 


No atendimento clínico, a meta do profissional é promover o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico do paciente. Para isso, é necessária uma avaliação completa, a partir das perspectivas biológica, psicológica, cultural e familiar. Faz-se uma entrevista ampla e detalhada com o paciente, de forma a extrair dados relevantes sobre os sintomas presentes, eventos traumáticos atuais e/ou prévios, histórico familiar, além de também serem solicitados exames laboratoriais e de neuroimagem, de forma a complementarem a avaliação. Cabe ressaltar que o diagnóstico das doenças psiquiátricas é eminentemente clínico, extraído a partir de sucessivas e regulares consultas clínicas realizadas com o indivíduo em questão, bem como com seus familiares.


▶ Depressão: 


A Depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alterações significativas no estado de humor e ânimo do indivíduo. Caracteriza-se por tristeza profunda, associada à desesperança, baixa autoestima e sentimentos de culpa, assim como distúrbios do sono e do apetite, dentre vários outros sintomas.


Ela provoca sentimentos de tristeza e/ou perda de interesse em atividades que antes traziam prazer ao paciente. Além disso, os indivíduos acometidos por essa doença mental apresentam alterações do conteúdo do pensamento, chegando, muitas vezes, a ideias de morte. A depressão pode levar a uma variedade de problemas emocionais e físicos, além de diminuir a capacidade de uma pessoa manter suas atividades laborais, sociais e familiares dentro do seu ritmo habitual. 


Assim como qualquer outra doença física, a depressão exige acompanhamento médico sistemático. Quadros leves costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. Nos outros mais graves, pode ser indicado o uso de medicamentos. 


▶ Síndrome do Pânico:


A Síndrome do Pânico é uma condição caracterizada por crises repentinas de ansiedade aguda, marcadas por medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes, que atingem sua intensidade máxima em até dez minutos.


Durante o ataque de pânico, que em geral é de curta duração, a pessoa experimenta a nítida sensação de que vai morrer, ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer. Apesar de poder ocorrer em qualquer idade, a primeira crise costuma se manifestar na adolescência ou no início da idade adulta. Além disso, o episódio pode repetir-se, de forma aleatória, várias vezes no mesmo dia ou demorar semanas, meses ou até anos para surgir novamente.


É importante ressaltar que uma crise isolada ou uma reação de medo intenso diante de ameaças reais não constituem eventos suficientes para que o psiquiatra realize o diagnóstico da doença. As crises precisam ser recorrentes e provocar modificações no comportamento, além de interferir negativamente no estilo de vida dos pacientes.


Após o diagnóstico, o tratamento de pessoas que sofrem com o transtorno do pânico inclui a prescrição de medicamentos indicados para o controle dos sintomas, associada à psicoterapia, especialmente a psicoterapia cognitivo-comportamental, que defende a exposição a situações que provocam pânico, de forma sistemática, gradual e progressiva, até que ocorra a dessensibilização diante do agente agressor.


Normalmente, a medicação precisa ser mantida por períodos mais longos e descontinuada progressivamente, já que existem riscos de recaídas.


▶ Transtorno de Ansiedade Generalizada:


A ansiedade é uma reação considerada normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É vista como normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma viagem, entre outros. 


No entanto, o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é definido por uma preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle. Ele pode perdurar por, no mínimo, seis meses e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.


Além disso, é válido ressaltar que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causando mais sofrimento e interferindo na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.


Para o diagnóstico, o Psiquiatra leva em conta a história de vida do paciente, a avaliação clínica criteriosa e, quando necessário, a realização de alguns exames complementares. O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos psicotrópicos, sob orientação médica, e a terapia cognitivo-comportamental. O tratamento farmacológico geralmente precisa ser mantido por seis a doze meses depois do desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes.


▶ Transtorno de Humor Bipolar: 


O Transtorno de Humor Bipolar é uma alteração cerebral que causa mudanças incomuns no humor, na energia, nos níveis de atividade e na capacidade de realizar as tarefas do dia a dia. Esse distúrbio é considerado complexo e sua característica  mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração.


A maioria dos transtornos bipolares pode ser classificada como:


  • Transtorno Bipolar I: A pessoa já apresentou, no mínimo, um episódio maníaco completo (que tenha impedido de desempenhar suas funções normalmente ou que inclua delírios) e, normalmente, episódios depressivos.


  • Transtorno Bipolar II: A pessoa já apresentou episódios depressivos graves, no mínimo um episódio hipomaníaco, mas nenhum episódio maníaco completo. 


O diagnóstico do transtorno bipolar, assim como de todos os outros transtornos psiquiátricos, é clínico, baseado no levantamento da história e no relato dos sintomas pelo próprio paciente ou por um amigo ou familiar. Em geral, ele pode levar anos para ser concluído, já que os sinais podem ser confundidos com os de doenças como esquizofrenia, depressão maior, síndrome do pânico, distúrbios da ansiedade. Por esse motivo, é importante estabelecer o diagnóstico diferencial antes de propor qualquer medida terapêutica.


Após o diagnóstico, o profissional poderá indiciar o tratamento. Muito embora o Transtorno Bipolar não tenha cura, ele pode ser controlado, desde que seja estabelecido o tratamento adequado. A abordagem terapêutica inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, especialmente a cessação do consumo de substâncias psicoativas, caso haja comorbidade com algum tipo de dependência química.. Além disso, o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono, bem como redução dos níveis de estresse, também podem ajudar no tratamento do paciente.


▶ Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC):


Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é  um transtorno psiquiátrico que tem como principal característica a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. As obsessões são pensamentos ou imagens que são percebidos pelo paciente como inadequados e indesejados,  que apresentam-se de forma recorrente e persistente, provocando ansiedade intensa. Entende-se por compulsão os comportamentos ou atos mentais que a pessoa se sente impelida a praticar para tentar diminuir ou evitar a ansiedade causada pelas obsessões. As compulsões também podem ser chamadas de rituais.


De modo geral, os rituais mais comuns observados quando se faz o diagnóstico do TOC são aqueles que se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença.


O tratamento de TOC pode ser feito de duas maneiras: medicamentosa e não medicamentosa. A medicamentosa utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina, correspondentes à classe de psicotrópicos mais bem estabelecida como sendo eficaz no combate aos sintomas.


Já a terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. O princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. De modo geral, os resultados são melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica.


*** Além dos tratamentos citados acima, o ATENDIMENTO CLÍNICO é indicado também para casos de dependência química, conflitos familiares e de trabalho, problemas de relacionamento, estresse, luto, fobias, insegurança, baixa auto estima, timidez excessiva, problemas de identidade e/ou orientação sexual, dificuldade na integração em grupos sociais, entre outros. 

Envie sua mensagem

Endereço Rua Inácio Vasconcelos, 59, sala 506 - Axis Office

Telefone

Este site usa cookies para proporcionar uma melhor experiência para você. Ao prosseguir, você concorda com nossas Políticas de Cookies e de Privacidade. Saiba mais