Estudo da UNIFESP revela associações entre perfis de bullying, uso de álcool, raça e gênero
Sabemos que o bullying é um fenômeno altamente danoso para o desenvolvimento e a saúde de crianças e adolescentes. Recentemente, um estudo da UNIFESP revelou a associação de perfis da violência associados ao abuso de álcool, raça e gênero. Vamos falar sobre isso?
Dentre as formas verbais, físicas e relacionais de bullying, os pesquisadores investigaram diferentes tipos, tendo como base estudantes do 5º e 7º ano:
➜ Xingamento e dar apelidos
➜ Espalhar boatos e mentiras
➜ Agressão física
➜ Exclusão social
➜ Bullying étnico-racial
A partir disso, foram analisados diferentes perfis da agressão ao avaliarem o quanto os estudantes o recebiam ou praticavam, sendo eles:
➜ Perfil de baixo envolvimento, que reunia os estudantes que não praticavam nem recebiam bullying
➜ Perfil de moderada vitimização, em que os jovens eram vítimas de mais de um tipo, mas não todos
➜ Perfil de alta vitimização, em que os estudantes recebiam todas as formas de bullying
➜ Perfil de alta vitimização e prática, em que os jovens tanto eram vitimizados como também praticavam bullying
O uso de álcool esteve associado com todos os perfis de bullying, sendo ainda mais incidente entre os estudantes do perfil de alta vitimização e prática. Atrelado a isso, os pesquisadores também encontraram que as meninas possuíam mais chances de estarem nos perfis de vitimização, e que os estudantes autodeclarados negros (pretos ou pardos) possuíam 3 vezes mais chances de estarem no perfil de alta vitimização.
Esses dados ressaltam ainda mais a importância de programas de prevenção considerarem gênero e raça como significativos influenciadores para a violência.